A influência das redes sociais na comunicação humana

março 16, 2024

Desde a tenra época, o ser humano conseguiu sobreviver e manter sua espécie praticamente depois se unir em grupos ou comunidades: no primeiro período da história da humanidade não existiam povos independentes nem estados, a humanidade vivia em pequenos grupos, clãs ou tribos. Neste artigo vamos falar da comunicação na era primitiva e como hoje está a influência das redes sociais na vida das pessoas.

Os homens das cavernas, com sua estrutura cerebral mais limitada e rudimentar conseguia se comunicar através de formas mais simplificadas e menos refinadas como gestos, posturas, gritos e grunhidos.

Acredita-se que em um determinado momento desse passado, esse homem primitivo desenvolveu aos poucos a estrutura de aprendizagem que o fez conseguir se relacionar com objetos, conseguir criar utensílios que o auxiliassem na caça e proteção e o mais importante, adquiriu a capacidade de perpassar esse conhecimento entre as próximas gerações através de gestos e repetição do processo, criando assim, uma forma primitiva e simples de linguagem. Agora imagine o processo de comunicação e aprendizagem depois do advento da tecnologia e da internet.

Necessidade de se relacionar

Mas uma coisa podemos dizer que é homônimo para todas as épocas, seja na primitiva ou na contemporânea, é a necessidade de se relacionar e garantir contatos com os grupos. A diferença para os dias atuais é a velocidade e a forma como isso tem acontecido, deixando de ser demorado e limitado. Tudo isso graças ao surgimento de mídias de relacionamento, já que a distância deixou de ser um fator impeditivo.

Quem ai não lembra do impacto que vivenciamos com a internet discada, jamais esquecerei aquele barulho de conexão. Você lembra? Clica aqui se você é da geração millennium e não vivenciou as dificuldades de uma internet discada para ver o que passamos.

É notório que os meios de comunicação deram uma contribuição enorme para o desenvolvimento do ser humano, isso devido ao alcance significativo que têm. Com a chegada da internet, a comunicação deixou de ser um elemento social importante e passou a ser algo essencial.

Necessidade das redes sociais

Para a maioria dos usuários deste conglomerado de redes em escala mundial, o acesso a elas passou a ser uma necessidade constante. Pelas estatísticas com a quantidade de acessos por dia, podemos constatar que as redes sociais deixaram de ser apenas uma forma de manter contatos, elas passaram a ser fonte de informação, atração de novos clientes, publicidade, oportunidade e também lazer.

Nas redes sociais cada indivíduo tem sua função e identidade cultural. Sua relação com outros indivíduos vai formando um todo coeso que representa a rede e a criação de grupos de interesse como esporte, cultura, entretenimento, educação, etc.

Atualmente temos a formação de uma nova sociedade, a qual denominamos de Aldeia Global. Ela exerce influência direta no comportamento social e o comportamento social também exerce influência sobre ela. E se alguém acha que não é influenciado pelo que são nessas mídias, se engana. As Mudança vindas desse meio afetam diretamente o cotidiano, a forma de agir e também a de pensar das pessoas.

Não adianta fugir da tecnologia

Uma das formas mais eficazes para não sofremos manobras e manipulações é buscar estar sempre informado e conhecer os fatos com o seu olhar e conhecimento. E não adianta se recursar, se isolar ou dizer que não faz parte, pois a tecnologia e a forma de comunicação que existe hoje está ligada e vinculada a todas as outras, desde serviços básicos, a educação, a forma como compramos e vários outros pontos.

Essa forma como temos visto da comunicação, tenta suprir a lacuna do individuo que é ser um ser social e que sente a necessidade de viver em comunidade. E a comunicação sempre foi um fator importante para sua sobrevivência e para seu desenvolvimento.

Estatística de acesso

O nosso mundo está em processo de transformação estrutural há duas décadas. É um processo multidimensional, mas está associado à emergência de um novo paradigma tecnológico baseado nas tecnologias de comunicação e informação, que começaram a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram de forma desigual por todo o mundo.

Nós sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que as utilizam. Além disso, as tecnologias de comunicação e informação são particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da própria tecnologia.

A história da internet nos fornece amplas evidências de que os utilizadores, particularmente os primeiros milhares, foram em grande medida, os produtores dessa tecnologia. (CASTELLS, 2005, p. 17).

Os impactos das redes sociais

Quando analisamos as redes sociais, percebemos que são arquiteturas sociais baseadas em sistemas digitais e tem como objetivo ligar vários tipos de pessoas e organizações que tendem a ter objetivos e valores semelhantes. A velocidade com que isso acontece é tão surpreendente que faz com que mudanças significativas e inesperadas aconteçam como, transformar um locutor em uma pessoa boa ou má muito rapidamente e com base na concepção dos interlocutores sobre o que foi postado.

O início das redes sociais

A primeira rede social informatizada foi criada no ano de 1997, mas a SixDegrees não foi bem sucedida financeiramente. Em 2000, novas apostas foram inseridas no mercado, mas não obtiveram sucesso. A que mais se assemelhava ao conceito de rede social usada pela sociedade atual foi a Friendster, criada no ano de 2002, uma das pioneiras no segmento que obteve inúmeros usuários devido ao fato de ter funcionalidades inovadoras para a época.

Entretanto, a rede cresceu tanto que acabou não atendendo toda a demanda. Mesmo com todos os problemas que se tinha com as redes sociais da época, as pessoas e organizações continuaram acreditando no futuro das mídias de relacionamento, iniciando um processo de estudos e investimentos significativos para o desenvolvimento de novas ferramentas.

Número atuais do uso das redes sociais

Essas ferramentas de relacionamento são responsáveis por 62% do tráfego da internet. Cerca de 4 bilhões de pessoas têm acesso à internet, representando 52,63% da população mundial, sendo 476 milhões de internautas da Europa e 215 milhões de internautas da América Latina. O Brasil detém 120 milhões de usuários ativos, um mercado interessante para as instituições que mantêm as redes sociais. Entre os dez sites mais acessados no Brasil, pelo menos cinco são considerados redes sociais e esses com uma grande quantidade de usuários cadastrados, conforme dados do IBGE (2018).

O Brasil é o número 1 em quantidade de acessos e o 4º país com maior número de usuários ativos em sites de relacionamento, ficando atrás apenas da China, Estados Unidos e Índia. Atualmente sites como Facebook com 2,2 bilhões de usuários ativos, Youtube com 1,5 bilhão, WhatsApp com mais de 1,3 bilhão e Instagram com 1 bilhão, são febres entre os diferentes tipos de usuários, segundo Kurtz (2017) extraído do relatório da Conferência das Nações Unidas.

Comportamento social

Pessoas e organizações também utilizam as redes sociais para se promoverem. São inúmeros os casos de usuários que ganharam projeção mundial por causa de seus posts. Isso tem levado artistas a divulgarem seus trabalhos por meio de microblogging, mantendo assim um maior contato com seu público. As organizações, motivadas por essa nova maneira de se fazer publicidade passam a fazer propagandas de seus produtos e fornecer maiores ofertas para seus clientes por intermédio das redes sociais.

Cada rede social traz um objetivo para públicos específicos, o Twitter tem atraído perfis de consumo por informação mais rápida. E o diferencial de quem segue é o time proposto por essa rede, que muitas vezes postam informações no microblogging antes mesmo de serem publicadas em portais de notícias. E outra característica que essas mídias sociais trouxeram foi a acessibilidade a pessoas comuns de terem voz e expressarem suas opiniões.

Como tudo na vida, existe o lado bom e ruim. Essas ferramentas permitem aos seus usuários a possibilidade de expressarem o que pensam, sentem e vivem, sem nenhum filtro, transformando essas ferramentas numa espécie de diário virtual. Esse tipo de usuário é o que passa mais tempo na internet: são pessoas que expõem as suas vidas, chegando muitas vezes a publicarem vídeos e fotos pessoais.

Benefícios e malefícios

As redes sociais permitem uma maior interatividade entre povos distintos, encurtam a distância entre pessoas, facilitando o intercâmbio cultural.

É notório o baixo custo que as redes sociais oferecem para usuários que se propõem a utilizar as mesmas para se comunicar com diversas pessoas. Como a maioria das mídias sociais fatura com o marketing de outras organizações, o custo para pessoas interagirem com as mesmas é relativamente baixo, quando não gratuito.

Com as redes sociais, as empresas aumentam sua visibilidade no mercado de trabalho, aumentam o potencial de publicidade e por ser um investimento de baixo custo, é bastante acessível. É possível estabelecer cruzamentos de dados trocando informações sobre medicina, doenças, mercado de trabalho, hobbies, entre outros temas.

A política nas redes sociais

A política também vem utilizando as redes sociais. Isso aconteceu por causa do sucesso obtido por Barack Obama durante sua campanha de 2008 nas eleições americanas que utilizou diversos tipos de mídias sociais, tais como o Facebook, Flickr, YouTube, Twitter, MySpace, dentre outras. O presidente dos EUA divulgava seus pensamentos durante todo sua trajetória como candidato.

Essa estratégia se difundiu pelo mundo e hoje é praticamente impossível um candidato não utilizar as redes sociais para difundir seu plano de governo e atrair mais possíveis eleitores.

A chegada das fake news

As redes sociais também têm seu lado negativo. As chamadas fake news são parte desse viés. De acordo com Aros e Gomes, as fake news podem ser definidas como “notícias inventadas e manipuladas com o intuito de viralizar na rede mundial de computadores, atraindo com um pretenso verniz jornalístico, a atenção do público e o resultado financeiro derivado dos cliques e visitas na página”. (2017, p. 513).

A disseminação de mentiras e informações inverídicas não é algo recente: ”A proliferação de boatos não é uma prática nova entre os seres humanos, todavia essa conduta ganhou proporções ainda maiores com os avanços advindos da tecnologia.” (AROS; GOMES, 2017, p. 510).

Um episódio de destaque que serve para exemplificar a divulgação de boatos e fatos inventados é o da disputa presidencial norte-americana, ocasião em que as notícias falsas a favor de Donald Trump ganharam a rede mundial de computadores. Outro episódio é o da Primavera Árabe, em 2010, quando as redes sociais contribuíram para derrubar regimes e reconfiguraram a política no Norte da África e no Oriente Médio. O evento histórico é um exemplo do potencial que tem a internet de viabilizar a troca de informações, o debate e a organização entre cidadãos.

Exposição na internet

A exposição da imagem de uma pessoa, ou de empresas, de seus gostos, de atitudes a serem tomadas, são outros exemplos de malefícios que as redes sociais causam na comunicação humana. Por não observar tais problemas e deixar-se levar pelas vantagens dessas mídias sociais, adolescentes, por exemplo, podem ser vítimas dessa exposição exagerada.

Grande parte das redes sociais permite uma relação aberta entre os usuários, muitos perfis chegam a ser falsos, criados para atingir diversos objetivos que podem prejudicar vários usuários. No caso de uma organização que recebe um comentário negativo, esse pode ser visualizado pelos seus concorrentes e usado de forma prejudicial para a organização que o recebeu.

O Facebook, um tipo de rede social bastante utilizada no Brasil, pode contribuir para a difusão da pedofilia, do racismo, do tráfico de drogas. Existem diversas comunidades que incentivam tais práticas. Algumas dessas também possuem fóruns e enquetes que geram discussões entre membros dos grupos. O próprio Facebook já se posicionou e tomou algumas medidas com o objetivo de combater tais práticas.

Os ataques às empresas, aproveitando-se da ignorância na utilização das redes sociais por parte dos seus funcionários, são cada vez mais constantes. É muito comum o emprego de ferramentas de pesquisa nas redes sociais para procurar profissionais que possam revelar dados sobre as empresas nos seus perfis ou por meio da criação de novas amizades virtuais. Esses contatos podem obter informações como o cargo que um determinado funcionário ocupa dentro de uma empresa ou até informações confidenciais de seus projetos.

Combatendo as notícias falsas

As redes sociais podem encontrar ruídos ou interferências no canal de comunicação que é estabelecido. Esses ruídos nas redes sociais são responsáveis por vários problemas na sociedade. Algumas informações que são publicadas nas mídias sociais nem sempre são interpretadas da maneira mais adequada e podem chegar aos seus receptores com alguma modificação.

Por isso, alguns movimentos de investigação das informações estão sendo fortemente recomendados pelos grandes portais de notícias. É o caso do Facebook, que após a acusação de ter permitido a disseminação de fake news nas eleições americanas, decidiu combater as notícias falsas. Para tanto, acertou parceria com agências de checagem de fatos. No caso do Brasil, serão as agências Lupa e Aos Fatos.

As redes sociais e a internet como um todo são ótimas ferramentas para a educação na era digital. Mas será que elas podem atrapalhar o ensino? Alguns caminhos apontam que, sem o devido cuidado, elas podem sim causar problemas no aprendizado, porém, é possível contornar.

O primeiro problema das redes sociais é o uso excessivo de gírias e abreviações. Muitas vezes, por conta do uso constante com um jeito mais informal de escrever, os estudantes acabam por transportar essa “linguagem da internet” para a realidade. É frequente encontrar erros assim em avaliações e redações, afinal, é a maneira mais usada de comunicação no dia a dia.

Apesar de ótimas na hora de apresentar aplicativos e ferramentas que auxiliam no ensino, as redes sociais e a internet podem ser fontes constantes de distração. O mais sério, porém, é que isso pode se agravar levando a transtornos como a ansiedade. É comum alunos ficarem tensos e ansiosos para voltarem logo aos dispositivos e conferirem uma resposta, resultado ou apenas checarem se algo novo apareceu na rede.

A solução para as desvantagens das redes sociais e do uso da internet é simples, é preciso utilizar com parcimônia. Assim como qualquer ferramenta, o uso em excesso pode atrapalhar. Cabendo a cada um o uso de forma ponderada.

Fonte: Blog Fortes Tecnologia